Arquivo: Edição de 19-12-2011
SECÇÃO: Informação |
|
OS MOINHOS Cansados de trabalhar Dormem já o sono eterno Ninguém os quer acordar Pequena casinha triste Onde morava o moleiro Dormindo ao som da tremonha De cada vez um graeiro A água vem-lhe do rio Veloz corre na levada Em cachão empurra a roda Que gira desengonçada O rio de monte a monte Corre louco enfurecido Mas do moleiro não leva No seu caudal um gemido Ser moleiro é ser do povo É ter nobre ocupação Do milho se faz farinha Da farinha se faz pão Também o caldo farinha Era alimento da grei Fio de azeite e labrestos Parecia manjar de rei Hoje o moinho esquecido Por silvas emaranhado É apenas para nós A lembrança do passado Telhado feito de colmo Em traves mal amanhadas Paredes de pedra tosca Que não foram alinhadas A mó é de pedra dura De quando em quando picada Vai transformando em farinha Milho que deu a vessada Foram fonte de riqueza Alegria, choro e ais Para quem comia caldo E além de pão pouco mais A farinha peneirada Inda nos dá o farelo Quer seja de milho branco Ou de milho amarelo Felizmente aqui e ali Trabalha ainda um moinho Que não quer ser reformado Apesar de ser velhinho Por:
Alexandre Teixeira |