Arquivo: Edição de 22-12-2008
SECÇÃO: Reportagem |
||||||||||
No Mosteiro S. Miguel de Refojos Núcleo Museológico do Baixo Tâmega abriu ao público
Este projecto que representa um investimento que ronda os 200.000 euros, teve uma participação financeira da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto e mereceu paralelamente o apoio da CCDR-Norte e a colaboração da Paróquia de Refojos, cumprindo com as preocupação de partilha do património artístico do Mosteiro Beneditino de S. Miguel de Refojos.
Proteger, promover e valorizar o património local Na ocasião, o Presidente da Câmara Municipal, Engº Joaquim Barreto, após ter assinado um protocolo de colaboração com a Paróquia de Refojos, representada pelo Reverendo Padre Fernando Castro, tendo em vista definir os direitos e deveres das partes, disse que este investimento no turismo cultural, assenta numa estratégia de valorização do património, contribuindo também para o desenvolvimento do concelho. Trata-se por isso, de uma aposta no património que “queremos continuar a proteger e a valorizar, assumindo um papel de maior relevância na realidade local”. Para o autarca esta é também uma forma de democratizar a cultura, já que a defesa do património é uma responsabilidade colectiva. Referiu a propósito, que Cabeceiras prima pela sua riqueza patrimonial edificada e distribuida por vários pontos do concelho, tendo no entanto, o seu expoente máximo no Mosteiro Beneditino de S. Miguel. Lembrou ainda, que a Câmara Municipal tem vindo a investir na recuperação do seu património de alguns anos a esta parte, sobretudo naquele que se encontrava ameaçado e que exigia uma rápida intervenção. Proteger, promover e valorizar o património, são alguns dos princípios em que assenta a política cultural do Município de Cabeceiras de Basto, que na sua «missão» procura agregar parceiros, neste caso, como a Paróquia de Refojos, a Fundação A J. Gomes da Cunha, entre outros, e desta forma, desenvolver projectos de suma importância não só para o concelho, como também para a região.
Mosteiro de S. Miguel de Refojos, um despertar de memórias Um património que segundo, o Comendador Professor Doutor Vítor Serrão, Historiador de Arte e Professor Catedrático da Universidade de Lisboa, nome de referência incontornável na História da Arte em Portugal e na Europa, validou, sustentado as hispóteses de conclusão que se foram colocando ao longo da investigação efectuada pela mestranda Célia Nunes Pereira, trabalho de que resultou a publicação de um livro intitulado «Mosteiro de S. Miguel de Refojos, um despertar de Memórias» e que permitiu reconhecer um vasto acervo de espécimes que estavam mal assinalados, devolvendo-lhes parte da memória estética perdida e possibilitando o início de um processo de identificação, de conservação e, em alguns casos, de restauração.
Referenciou ainda “a responsabilidade da Dra. Ana Paula Assunção, directora-conservadora do Museu das Terras de Basto, que em diálogo constante com a investigação que se ia realizando, levou a cabo a musealização de alguns espaços do cenóbio, tornando-os visitáveis para além da belíssima igreja barroca e rococó e, mais que isso, pretexto para um reconhecimento globalizante desta notável unidade patrimonial e, em termos mais alargados, sobre a caracterização da arte dos beneditinos no Norte de Portugal.” Estudo revela telas maneiristas Para o comendador o estudo levado a cabo, é revelador “da existência, nos acervos inventariados, de um conjunto de cinco telas maneiristas, pintadas no início do séc. XVII por artistas do Porto, que vem colmatar lacunas de conhecimento sobre um período da arte portuguesa particularmente mal documentado no Norte.”
Após a visita ao espaço, o numeroso público presente, pode ainda aceder ao sítio deste Núcleo na Internet (www.museocabeceiras.com), ser agraciado com o livro «Mosteiro de S. Miguel de Refojos, um despertar de memórias» e assistir à apresentação do espólio e das peças em exposição. |